21.4.07

Um dia de Murphy...

Aff!! Graças a Deus chegou a sexta-feira e agora que passou toda a correria da semana dá pra postar algo decente aqui, e com calma.

Vou apenas relembrar um verdadeiro "dia de Murphy" que tive anteontem, pra mostrar que realmente é possível haver dias em nossas vidas em que absolutamente TUDO pode (e vai!) dar errado.

Quarta-feira acordei mal. Mal a ponto de perceber que não poderia ir pro trabalho. Decidi então ir ao hospital do Guará buscar atendimento e um atestado, pra não meterem a faca e arrancarem uma fatia do meu salário no mês que vem pela falta deste dia. Cheguei no hospital exatamente às 7h05, jurando que estava com sorte por ter apenas seis pessoas na minha frente. Ledo engano... Fiz minha ficha e fui esperar o ÚNICO médico do local terminar o atendimento com os internados, pra que pudesse ver as pessoas que estavam dando entrada no pronto (ou não tão "pronto" assim) socorro.

Realiza: esperei até 12h25, numa fila que apenas crescia (entenda-se: todos os idosos e pessoas com atendimento prioritário da cidade resolveram passar NA MINHA FRENTE neste dia) e acabei indo embora sem atendimento. Pelo menos a espera teve um saldo "positivo" (adoro aspas, são as melhores amigas da ironia!), pois descobri um chá que curaria meu mal: o chá de cadeira!! Depois de cinco horas e meia esperando, eu nem tava mais tão mal assim!! E, pra completar, não consegui o atestado! Ou seja, vão garfar uma parte do meu minguado ordinário no mês que vem. Paciência...

Resolvi então cuidar do trabalho de Fotografia que tinha que fazer. Uma parte eu já havia providenciado: a câmera e o filme. E como a maioria dos brasileiros, eu deixei este trabalho pra última hora. Tinha que pensar na composição da cena, providenciar o material e aprender a mexer com a câmera!! Ainda bem que o Pedro, que por sinal também é o dono da câmera que estou usando, se dispôs a me ajudar.

Providenciei tudo que precisava e fui de moto até a Igreja, onde deixei a Andrea (é o nome da minha moto, algum problema?) estacionada, e peguei um ônibus pro Plano. É, eu fiz isso mesmo! Afinal, se a polícia me pega circulando por aí sem habilitação, a Andrea dança e eu também! Chegando ao Pátio Brasil, onde tinha combinado com o Pedro de nos encontrarmos, decidi com ele que antes de tirar as fotos iríamos atrás de umas coisas que precisávamos, inclusive um livro que eu tinha que comprar. Foi aí que tive minha terceira surpresa desagradável do dia, ao constatar que o livro que eu procurava estava 15 "legais" mais caro que há duas semanas!! Procuramos até no Parkshopping, mas nem lá estava mais barato. Como eu tinha que comprar naquele dia sem falta, acabei pagando mais caro, mesmo doendo um pouco no bolso...

Ao sairmos do shopping pra tirar a foto, cadê que tinha sol?!? A luz natural necessária pra composição tinha ido embora!!! Ainda eram por volta de 16h30, mas o céu estava "magnificamente" nublado...

O Pedro e eu aproveitamos então pra mexer com as funções da câmera dele, que eu ainda desconhecia. Só então percebi que a câmera analógica pode parecer ultrapassada, mas só pra quem não conhece nada de fotografia! Se não fosse esse aprendizado, eu teria uma tarde inteira perdida.

Como desgraça pouca é bobagem, quando eu voltava para o Guará numa lotação que fazia jus ao nome, indo pra Igreja pegar a moto, o céu resolveu desabar numa espécie de revival do dilúvio! Resultado: não sou baleia, mas fiquei encalhado na Igreja esperando a chuva passar.

Já que sou meio elétrico, não quis ficar parado, e resolvi ir atrás de alguém que pudesse me emprestar uma luminária pra eu poder ensaiar em casa, com luz artificial, as fotos que tentaria tirar no dia seguinte. Recorri à Sara, que me disse ter uma lanterna, mas que estava sem pilhas. Combinei com ela que, assim que a chuva passasse, eu iria de moto até minha casa pegar umas pilhas e passaria então na casa dela pra pegar a lanterna, assim ela poderia me dar uma força. O detalhe é que, pra fazer isso, eu estava perdendo a aula do curso que faço nas quartas à noite na Paróquia, mas como já não tinha ido pro trabalho de manhã nem pra faculdade à tarde, achei que a coisa não poderia piorar mais.

E foi assim que, tendo parado de chover, eu me dirigia pra minha casa, quando uma trepeça que dirigia um ônibus colou na traseira da minha moto. Claro, eu dei passagem para o graúdo, porque não queria virar pizza, mas quando passou o maldito ônibus levantou uma enorme onda de água suja que veio direto pra cima de mim!! Só deu tempo de fechar a boca (tenho mania de andar com a viseira do capacete aberta, então até minha cara ficou molhada...). O mais incrível é que nem me irritei, apenas sussurrei um "filho da p..." (é, nessas horas não dá pra segurar!), mas mantive a calma. E, no fim das contas, o fato foi positivo, pois alegrou vários corações: dos passageiros do ônibus que viram tudo e se mijaram de rir. Quanto a mim, eu apenas fiz um gesto do tipo "É, né, fazer o quê?", e segui meu caminho.

Ao chegar em casa, todo encharcado e com um dia nada rentável, a única frase que me vinha à mente depois do banho forçado era: "Ah, deixa pra lá, o que é um peido pra quem tá cagado?". E também encarei o fato como um sinal claro de que eu não deveria ter saído da cama naquele dia. Liguei pra Sara pra desmarcar o esquema da lanterna e fiz então o que deveria ter feito desde a manhã, isto é, tomei um bom banho e fui ficar quieto no meu canto. Ainda bem que não faltou luz nem caiu um raio no meu prédio, e eu pude assim ter um merecido descanso.

Depois de tudo isso, alguém ainda duvida que haja dias que sejam realmente "de Murphy"?

11.4.07

Não basta sentir...

"Quando eu amo, eu devoro todo o meu coração
Eu odeio, eu adoro, numa mesma oração..."

- Chico Buarque, Baioque

Quando amar, deixe que a pessoa amada saiba disso, dizendo claramente a ela. Amar e não dizer é matar o amor em um de seus aspectos mais humanos: a comunicação verbal. Palavras podem destruir, mas também expressam aquilo que de mais belo vai no coração dos homens.

Quando amar, deixe que a pessoa amada saiba disso, mostrando claramente a ela. Amar e não demonstrar através de atos é matar o amor em um de seus aspectos mais humanos: o agir em favor do outro. Ações podem destruir, mas também expressam aquilo que de mais belo vai no coração dos homens.

A quem você ama? Seus pais? Seus filhos? Seus irmãos, parentes, amigos?

Já deixou isso claro para eles hoje?