5.11.07

O meu jardim


Numa tarde de domingo, sentei em meu jardim para pensar sobre a vida.

Mas era difícil fazer isso, porque tinha muita gente ao redor!

Fazendo barulho!

Correndo e gritando!

Pisando minhas flores!

Ocupadas com outras coisas que não o meu jardim, ou os pensamentos que lá eu cultivava...

Tomei então uma decisão: coloquei os barulhentos pra fora, mandei os pressurosos correrem em outro lugar e tirei de perto todos os que estavam preocupados o suficiente com o próprio umbigo a ponto de não ver que havia no mundo outras coisas, inclusive o meu jardim.

Pronto!

Ferramentas em punho, agora era só replantar tudo o que havia sido destruído. Não seria fácil, mas também não seria impossível.

E depois, aqueles que também cultivam seus próprios jardins e sabem olhar ao redor para ver que há outros por perto, viriam me visitar e admirar o que eu havia plantado. E eu poderia também, em paz e com tranqüilidade, admirar os jardins deles.

E o mundo seria um lugar muito mais bonito desse jeito.

O silêncio e o tempo

"É tão misterioso, o país das lágrimas!"

- Saint-Exupéry, O Pequeno Príncipe

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O silêncio às vezes pode ser virtude e trabalhar a favor do bem verdadeiro.

Às vezes pode ser omissão e permitir que o mal se perpetue.

Pode ainda ser expressão de corações que se compreendem sem precisar de palavras.

Mas o seu...
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...o seu vem sendo fogo que arde sem consumir. Dor infligida sem merecimento, que insiste e persiste sem razão de ser.

Atitude típica de um coração egoísta, que prefere fugir a se abrir à necessidade de quem pede com as mãos estendidas e vazias de tudo, a não ser de esperança.

Mas vem a hora em que se deve juntar o que sobrou e seguir em frente. Ainda amando, é verdade, mas sem se prender ao que passou; torcendo para os estranhos caminhos do mundo e da vida permitirem que um dia nos encontremos novamente.

Assim, quem sabe, estaremos então preparados para finalmente compreender o que foi dito agora, e com isso construir um depois bem melhor.

Quem sabe...?